domingo, 30 de janeiro de 2011


"contigo aprendi uma grande lição,
não se ama alguém que não ouve a mesma canção"


sábado, 22 de janeiro de 2011

Dói...


"Também me dói. A mim, sim a mim dói-me também. Sou mais do que um corpo. Também fico triste. E choro. E anseio por uma palavra amiga. De um abraço apertado. De um carinho numa hora de tristeza. De um sorriso que seja só para mim.Também sinto falta de mais, de alguém sempre lá incondicionalmente, que se preocupe sempre, mesmo quando me torno insuportável e perco a razão."

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Enfermeira da Alma

"Enfermeira da Alma", descobri que sou!

Eu, que mal me equilibro de pé.
Que nem andar sozinha sei...

E do meus joelhos arranhados, quem cuida??

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Vida...


Já perdoei erros quase imperdoáveis,
já tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.


Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas
que eu nunca pensei que me iriam decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.


Já abracei para proteger,

já dei gargalhadas quando não podia,
já fiz amigos eternos,

e amigos que eu nunca mais vi.


Amei e fui amada,

mas também já fui rejeitada,
fui amada e não amei.

Já gritei e saltei de tanta felicidade,

já vivi de amor e fiz juras eternas,

e já me magoei muitas vezes!

Já chorei a ouvir música e a ver fotos,

já liguei só para ouvir a tua voz,
já me apaixonei por um sorriso,

já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi!


E ainda vivo!
Não passo pela vida.
E tu também não deverias passar!

Vive!!


Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe

e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" para ser insignificante.


Adaptação de Augusto Branco

domingo, 9 de janeiro de 2011

A partida...


Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
— depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Cecília Meireles, in 'Viagem'


sábado, 8 de janeiro de 2011

O sonho...


Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho

é uma constante da vida

tão concreta e definida

como outra coisa qualquer,

como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso,

como este ribeiro manso

em serenos sobressaltos,

como estes pinheiros altos

que em verde e oiro se agitam,

como estas aves que gritam

em bebedeiras de azul.



eles não sabem que o sonho

é vinho, é espuma, é fermento,

bichinho álacre e sedento,

de focinho pontiagudo,

que fossa através de tudo

num perpétuo movimento.



Eles não sabem que o sonho

é tela, é cor, é pincel,

base, fuste, capitel,

arco em ogiva, vitral,

pináculo de catedral,

contraponto, sinfonia,

máscara grega, magia,

que é retorta de alquimista,

mapa do mundo distante,

rosa-dos-ventos, Infante,

caravela quinhentista,

que é cabo da Boa Esperança,

ouro, canela, marfim,

florete de espadachim,

bastidor, passo de dança,

Colombina e Arlequim,

passarola voadora,

pára-raios, locomotiva,

barco de proa festiva,

alto-forno, geradora,

cisão do átomo, radar,

ultra-som, televisão,

desembarque em foguetão

na superfície lunar.



Eles não sabem, nem sonham,

que o sonho comanda a vida,

que sempre que um homem sonha

o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos de uma criança.



In Movimento Perpétuo, 1956